Artistas nos Estados Unidos têm utilizado outdoors para estimular reflexões sobre temas como racismo, misoginia e liberdade de expressão, mas enfrentam dificuldades para garantir que suas mensagens sejam compreendidas pelo público. Um exemplo é o trabalho do For Freedoms, grupo fundado por Hank Willis Thomas e outros artistas, que combina arte, filantropia e ativismo em campanhas publicitárias para promover engajamento cívico.
Desde 2016, o For Freedoms veiculou mensagens em mais de 500 outdoors espalhados pelos 50 estados americanos. Suas campanhas abordam questões urgentes, sincronizadas com períodos eleitorais, mas sem vinculação partidária. O grupo também realiza parcerias com entidades como Movement Voter Fund e Center for Contemporary Documentation para atingir cidades estratégicas, especialmente em estados considerados decisivos.
No entanto, a subjetividade da arte e a falta de clareza em algumas mensagens têm gerado críticas. Um estudo do Perception Institute, com quase 3 mil participantes, mostrou que as campanhas do For Freedoms aumentaram a intenção de votar, embora não tenham causado mudanças significativas em atitudes sobre arte na política. Já outro estudo, do More in Common, revelou que muitos participantes ficaram intrigados, mas alguns demonstraram confusão ou desejaram mais contexto para compreender os conteúdos apresentados.
Apesar disso, os artistas continuam acreditando no poder transformador da arte. Outdoors como o que perguntava "Como você mantém seu coração aberto?", de Christine Wong Yap, foram elogiados, enquanto outros geraram dúvidas sobre suas intenções. Além das críticas de quem deseja mensagens mais diretas, a organização também lida com comentários negativos em redes sociais e questionamentos sobre seu impacto prático.
Os membros do For Freedoms reconhecem as limitações da mídia de outdoors e as contradições de seu trabalho, mas acreditam que a arte pode estimular diálogos significativos. O grupo segue buscando formas de conectar arte e engajamento cívico, desafiando percepções elitistas da arte e explorando maneiras de medir seu impacto.
Fonte: Jornal O Globo.